sábado, 13 de outubro de 2012

PROVA VERTICAL – QUINTA VALE D. MARIA

No passado dia 14 de Setembro, no magnífico Hotel AcquaPura Douro Valley, teve lugar uma prova vertical de alguns dos vinhos da Quinta do Vale D. Maria. 
À prova estiveram o Porto Vintage, colheitas 1999 a 2009 e os tintos Quinta do Vale D. Maria, colheitas 1996 a 2010 e o CV (Curriculum Vitae), colheitas 2003 a 2010.

A Quinta Vale D. Maria fica no coração do vale do Torto, um dos afluentes do Douro, tem cerca de 40 hectares e pertence há mais de 200 anos à família da mulher de Cristiano Van Zeller, um dos mais reconhecidos viticultores durienses.

Sandra Tavares da Silva é a responsável pela equipa de enologia, contando com a vasta experiência de Cristiano na elaboração do blend final.

Os vinhos falam por si, expressando não só a sapiência de quem os elabora, como também as qualidades excepcionais do terroir que lhes serve de berço.

A prova iniciou-se pelo Quinta do V. Dona Maria. Ano após ano, este tinto tem vindo a afirmar-se, consistentemente, como o grande porta-estandarte da casa. De forma notável, este tinto exibe sobriedade, austeridade e elegância, características muito difíceis de conciliar.

Impressionante a sua colheita de 1996. Já um pouco evoluído na cor, como seria de esperar, este vinho mostrou uma frescura e uma acidez absolutamente eximias. Com taninos perfeitos e uma graduação de apenas 12%, conseguiu provar, de forma irrefutável, não serem necessárias grandes graduações para se conferir longevidade a um vinho.

Referências especiais são ainda devidas ao 2004 que, apresentando-se algo duro à entrada, revelou-se um vinho sublime e cheio de pujança, ao 2006 que sendo proveniente de um ano muito difícil no Douro, se mostrou cheio de personalidade e afinação e ao 2007, repleto de elegância e delicadeza.

De seguida passou-se à prova de todas as colheitas engarrafadas do CV, iniciais que significam Curriculum Vitae, mas que curiosamente são também as iniciais de Cristian Van Zeller.

Assumindo-se como os topo de gama da casa, os CV nasceram abençoados. São vinhos magníficos no porte e na textura. Profundos e complexos, estes tintos cativam pela sua enorme expressividade, genuinidade e finura.

Especial referência ao 2005, musculado, desenvolto e com uma acidez refrescante, o 2008, frutado, equilibrado e harmonioso e o 2009, cheio de vivacidade, frescura e uma vida promissora pela frente.

A prova terminou com os seus fantásticos e prodigiosos Porto Vintage. O Vinho do Porto corre nas veias de Cristiano Van Zeller. Faz parte integrante do seu código genético e corresponderá quiçá à parte mais significativa do seu imaginário infantil.                            

Desta relação umbilical só poderiam nascer Vintages com elevada concentração, exuberância e intensidade.

Destaque especial para o impressionante 2003. Muito especiado, este Vintage mostrou-se bastante fresco e sedutor. 

O 2008 mostrou uma estrutura e uma acidez absolutamente magistrais e o 2009 revelou-se muito comunicativo, com a fruta em bom plano e um final interminável. Vintages eloquentes, fulgurosos, com nervo e fio condutor.

Foi efectivamente uma prova memorável, mas que mais não veio demonstrar senão o facto dos vinhos da Quinta do Vale D. Maria pertencerem não somente ao santuário dos vinhos portugueses, como também ao grupo restrito dos vinhos com classe mundial.

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