domingo, 25 de outubro de 2009

QUINTA DA ALORNA - BRANCO 2008


Região: Ribatejo
Produtor: Quinta da Alorna
Enólogo: Nuno Cancela de Abreu e Martta Simões
Castas: Arinto e Fernão Pires
Teor Alcool: 13%
P.V.P.: +/- € 3,00

A Quinta deve o seu nome ao primeiro proprietário, D. Pedro de Almeida, Vice-Rei da Índia, a quem D. João V concedeu o título de I Marquês de Alorna por actos de bravura na tomada da praça forte de Alorna, na Índia. Tendo comprado o Casal de Vale de Nabais em 1723, quando regressou a Portugal D. Pedro de Almeida fez dele o núcleo central de um vasto grupo de propriedades onde plantou as primeiras vinhas, mudando-lhe o nome para Quinta da ALorna. O Ribatejo é, desde sempre, uma região rica e apetecida, graças às férteis lezírias, ideais para a agricultura e criação de gado. E Almeirim era então conhecida pela qualidade da sua caça, muito frequentada por nobres e fidalgos, que aqui passavam tempos de lazer.
No palácio da Quinta, de estilo sóbrio, mas distinto erguendo-se de frente para o Tejo, iluminado pelo sol de fim de tarde onde ainda hoje reluz o brasão dos Almeida Portugal, nasceram e viveram várias gerações de Alornas, incluíndo D. Leonor (1750-1839), Marquesa de Alorna, notável poetisa e pintora, que aqui escreveu algumas das obras que a tornaram famosa.
 
Após cuidada vindima manual, as uvas que dão origem a este vinho branco são prensadas e fermentadas em cubas inox a cerca de 15º C.  Uma vez composto o lote final, o vinho é estabilizado a frio e clarificado antes do engarrafamento.

De cor amarela esverdeada, este vinho, recentemente provado numa prova que visou demonstrar a correcta harmonização entre queijos e vinhos e teve lugar na Sala Ogival da ViniPortugal, no Palácio da Bolsa, no Porto, cativou-me essencialmente pelo seu nariz vibrante, deixando saltar as típicas notas cítricas de limão e laranja provenientes certamente da casta Fernão Pires, acompanhas por fortes laivos de tropicalidade emergentes da casta Arinto, deixando, aqui e ali, transparecer ainda um certo aroma de maracujá e também a melão bem maduro.

Não sendo tão exuberante na sua prova de boca, a verdade é que ela também não nos desilude, mostrando-se viva e muito fresca, revelando boa acidez e forte mineralidade .

Estamos assim, perante um óptimo vinho de entrada, de perfil simples mas muito correcto e equilibrado. 
Um excelente vinho para ser servido como welcome drink, para acompanhar uma diversidade de peixes e mariscos e, porque não, também um bela tábua de queijos variados.

Nota:  15,5                                                        Olga Cardoso

*O texto em itálico foi retirado do site da Quinta da Alorna.

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