Produtor: Bodegas Carrau
Enólogo: Francisco Carrau e Octavio Gioanació.
Castas: Pinot Noir
Teor Àlcool: 13,5%
P.V.P.: € 12,00 (Galeria de Vinhos)
Tendo sido fundada em 1752 por Don Francisco Carrau Vehils, na Catalunha (Espanha), a Bodegas Carrau já produz vinhos no Uruguai desde 1930. Sediada a poucos minutos da capital Montevideu, esta empresa vitivinícola é actualmente administrada pelos enólogos Francisco Carrau (nona geração da família) e Octavio Gioanació.
Sendo a Pinot Noir uma das castas mais complexas e delicadas de que há registo, talvez mesmo a mais caprichosa e melindrosa quer na vinha, quer na adega, atenta a sua maturação demasiado precoce e a sua película demasiado fina, é notável a forma como este produtor a conseguiu trabalhar e domesticar.
Trata-se de facto de uma casta surpreendente e enternecedora, mas que costuma obrigar a trabalhos redobrados, costuma exigir viver num clima perfeito e ser sujeita uma dose quase milimétrica de contacto com a barrica, apenas o suficiente para lhe conferir complexidade.
Efectivamente, até há bem pouco tempo atrás, quem desafiou a Pinot Noir e resolveu cultivá-la fora da Borgonha, colheu infortúnios. Felizmente, não foi esse o caso deste produtor.
Este Pinot Noir do Novo Mundo foi-me apresentado quatro anos após a sua colheita. Sendo um Pinot bastante diferente dos seus congéneres da Borgonha, revelou possuir um nariz onde estão bem presentes os aromas varietais típicos desta espécie de uva como são as framboesas, os morangos e as cerejas.
Com uma cor mais extraída do que é normal nos Pinot franceses, este vinho revelou possuir um nariz muito refinado e afinado, com notas de ervas que me lembraram chá preto e orégãos e outras de natureza mais terrosa como são os cogumelos e as trufas pretas.
Com um prova de boca que em nada desilude, onde notas balsâmicas e uns laivos de pimenta verde se fazem também sentir, mostrou ser detentor de uma acidez muito bem conseguida, com taninos finos e elegantes e com uma doçura superior ao habitual mas que lhe confere um certo charme e personalidade.
Com um final de boca que nos acompanha e nos seduz, este Pinot Noir mostra-se apetecível, prazeroso e bem formado.
Com uma excelente relação qualidade/preço, julgo estarmos perante um Pinot Noir que em nada envergonhará os mais sensíveis Petits Vignerons da famosa Côte d’Or Borgonhesa, sendo mesmo uma boa alternativa para quem se pretende iniciar nas ternas delícias desta casta apaixonante.
Nota pessoal: 16,5
Vinho seleccionado pela Galeria de Vinhos para integrar o seu Clube de Vinhos do mês de Dezembro de 2009 (www.galeriadevinhos.com)
http://www.galeriadevinhos.com/pt_pt/maxcontent/documento/59/clube-de-vinhos/
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