domingo, 30 de dezembro de 2012

POÇAS VINTAGE 2009 NA 20ª POSIÇÃO DO TOP 100 DA WINE SPECTATOR!



O vinho do Porto Vintage 2009 da Poças foi classificado em 20º lugar no Top 100 da conceituada revista Wine Spectator. O Vintage 2009 obteve 95 pontos, o que lhe permite integrar em posição destacada o mais influente ranking de vinhos mundial, onde além da Poças, figura apenas mais um vinho português.

A Wine Spectator é uma das publicações mais prestigiadas a nível internacional e o seu Top 100 é o ranking de vinhos mais aguardado em todo o mundo. Figurar nesta lista – selecionada entre mais de 17 mil novos vinhos provados pelos editores da revista - é antes de tudo uma excelente oportunidade para aumentar a visibilidade e notoriedade à escala global dos respetivos vinhos e produtores.
 
A distinção do Poças Vintage 2009 reforça assim a força e caráter dos vinhos desta companhia portuguesa e vem juntar-se a outras excelentes pontuações que os vinhos Poças têm merecido por parte da Wine Spectator, como é o caso do Porto Vintage 2007, classificado com 92 pontos.

“Os 95 pontos do Porto Vintage 2009 voltam a premiar o trabalho que temos vindo a desenvolver nesta prestigiante categoria de vinho do Porto. Acreditamos que estamos a seguir o caminho certo e acreditamos que a nossa excelente posição neste ranking vem dar novo impulso e prestígio à empresa a nível mundial”, sublinha Pedro Pintão, diretor comercial da Poças.

Com 94 anos, a Poças é uma das poucas empresas de vinho do Porto que nasceu portuguesa e se mantém na posse da mesma família. A companhia, que sempre se notabilizou pelo alto nível dos seus Colheita e Tawny com indicação de idade, de que o seu 10 Anos é um bom exemplo, tem vindo a ganhar prestígio e notoriedade nacional e internacional com os seus Porto Vintage e LBV.

O Vintage 2009 segue na mesma linha qualitativa dos anteriores, demonstrando mais uma vez a excelência da Poças nas categorias especiais de vinho do Porto. Oriundo da sub-região do Cima Corgo é envelhecido em vasilhas de carvalho e depois engarrafado entre o segundo e o terceiro ano após a vindima. Durante o estágio em garrafa, vai gradualmente adquirindo o extraordinário estilo de um grande vinho de guarda. É um vinho encorpado, com taninos firmes mas doces e apresenta um final aromático e persistente. Está à venda por 35 euros e é ideal como vinho de sobremesa, para doces e chocolates.

O que diz a Wine Spectator do Porto Vintage 2009:
“Elegante com cores roxas profundas e complexas, sabores refinados de groselha, gengibre, amora e ameixa preta. Notas de alcaçuz num final sedoso e suave. Frutado e complexo. A consumir preferentemente entre 2016 e 2034”.
Press release

sábado, 29 de dezembro de 2012

NIEPOORT – BATUTA 2001

Estamos perante um vinho que gerou uma certa celeuma aquando da sua saída para o mercado. Para muitos, ascendeu prontamente ao melhor Batuta de sempre. Para outros, tornou-se numa fonte de discordâncias e contestações. Terá o produtor o direito de alterar o perfil de um vinho deste segmento, com este estatuto e com tamanha fileira de apreciadores?

Pois parece-me um tema de elevado interesse para uma animada discussão. Razões assistirão às diferentes facções. Tanto quanto conheço do Dirk Nieepoort e da sua paixão por vinhos, os dogmas e os status quo não serão certamente factores determinantes. Sem comprometer a qualidade, a sua fidelização de clientes, assentará mais na busca permanente da diferenciação, na vontade de ir mais além, de querer fazer mais e melhor e de experimentar até à exaustão numa busca incessante pela excelência.

Este Batuta mostrou-se mais desafiador e mais irreverente. Talvez um pouco mais contido à entrada, mas com o tempo em copo foi-se soltando e revelando todo o seu esplendor. Fruta e barrica em perfeito equilíbrio como se impunha. Os frutos eram de cariz silvestre. Amoras e mirtilos em evidência.
A tosta é já ligeira e muito bem integrada. Notas balsâmicas aparecem aqui e ali. Sensações terrosas e resinosas marcam a sua presença. 

Tudo num registo muito bem desenhado e sem arestas. A sua acidez é perfeita e os seus taninos, embora presentes, são já muito suaves e sedosos. A sua longevidade parece ser já uma certeza, assim como o seu carácter e o seu enorme equilíbrio.

Desenganem-se os amantes da testosterona, pois não será aqui que irão encontrar a sua “terra prometida”. Um vinho que sem deixar de ser potente é também muito elegante, pleno de vitalidade e fulgor, um vinho com enorme profundidade e com um final ad infinitum!

sábado, 22 de dezembro de 2012

QUINTA DO AMEAL integra Top 50 nos Estados Unidos


Ameal entre os 50 grandes vinhos portugueses nos Estados Unidos

Os brancos produzidos por Pedro Araújo voltam a integrar o Top 50 dos grandes vinhos portugueses nos Estados Unidos, numa selecção do Master Sommelier e Master of Wine Doug Frost.

De destacar que no Top 50 deste ano apenas aparecem cinco vinhos brancos, um dos quais produzido na Quinta do Ameal, o Ameal Loureiro 2011. De referir também que os vinhos Ameal têm sido presença regular nesta lista de há alguns para cá.                                                                                      

Os vinhos Ameal estão também presentes em mais de 20 restaurantes estrelas Michelin a nível mundial, desde 1 a 3 estrelas (pontuação máxima do guia Michelin), com a Quinta do Ameal, onde são produzidos apenas vinhos brancos, a assumir-se como inovadora na pesquisa do potencial da casta (Loureiro) e na criação de vinhos únicos ao mais alto nível, no espectro dos brancos nacionais.

Nos 12 hectares da Quinta do Ameal, a escassos quilómetros de Ponte de Lima, os vinhos brancos são elaborados com cuidados extremos e produções muito reduzidas, não sendo utilizado nos tratamentos da vinha qualquer produto químico, numa produção inteiramente ecológica.

Press Release

QUINTA DO VALLADO – Tawnies 30 e 40 anos

Lançados recentemente no mercado, estes Tawnies datados vem confirmar toda a qualidade dos vinhos produzidos pela Quinta do Vallado. Depois da excelência do seu Tawny 20 anos, esta Quinta, anteriormente detida pela lendária D. Antónia Ferreira e actualmente nas mãos da sua 5ª geração, presenteia-nos com dois Portos velhos de bela estrutura e tonicidade. 

São vinhos plenos de história e de estórias. Vinhos nascidos da arte da lotação e da arte do envelhecimento. Vinhos enobrecidos pelo decurso do tempo e pela força da evaporação, que lhes conferem uma enorme concentração e os transformam quase numa essência.
TAWNY 30 ANOS
De cor ambarina com laivos alaranjados, este Tawny mostra-se de fácil empatia. Do encanto do vinagrinho à casca de laranja, das amêndoas torradas à noz-moscada, do figo seco aos pralinés, tudo se desvenda do seu conjunto olfactivo complexo e sedutor. Na boca apresenta-se glicerinado e viscoso. Com uma acidez muitíssimo bem medida, termina intenso e com notável profundidade. Exemplo de verdadeira mestria!

TAWNY 40 ANOS
De ar grave e sério, este Porto datado apresenta uma cor acobreada intensa e escura. No nariz revela notas inflamadas de caramelo, noz, avelã e muito, muito café. Bastante especiado, com evidentes toques de cravinho e canela, mostra-se untuoso, volumoso e aprimorado. Compacto e elegante, exibe uma frescura e uma acidez absolutamente irrepreensíveis. Perfeito para momentos de introspecção e para meditar nas grandes decisões da vida.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

PORTO FONSECA 20 ANOS

O Vinho do Porto Fonseca Tawny 20 Anos foi considerado um dos melhores vinhos do mundo pela revista Wine Enthusiast e mereceu até honras de capa. 

Este Porto recebeu 94 pontos em 100 possíveis e ficou na 33ª posição do TOP 100 elaborado pela conceituada revista.
 
Para Luís Sequeira, Director-Geral da Heritage Wines, o 33º lugar do TOP 100 da Wine Enthusiast “é um sinal claro do reconhecimento internacional do enorme mérito desta casa, que desde 1815 trabalha com sucesso na produção dos melhores vinhos do Porto, contribuindo assim para a expansão do seu nome e da imagem do próprio produto”. 

O seu esplêndido bouquet é uma complexa união entre fruta madura que lembra ameixa, amenas insinuações de canela e subtis nuances de madeira. Assim se apresenta um dos magníficos vinhos do Porto da casa Fonseca, descrita por James Suckling como “o Bentley” do vinho do Porto.

Robert Parker, por sua vez, classificou a Fonseca como uma das grandes casas de vinho do Porto, produzindo os vinhos do Porto mais exóticos e mais complexos. "Com o seu carácter exuberante e sedutor, poderíamos chamá-lo de o Pomerol dos vinhos do Porto Vintage."     
 
Press release

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COLLECTION 2010 by RAMOS PINTO

A boa produtividade de 2010, em termos vinícolas, vem associada ao equilíbrio e à elegância dos vinhos deste ano. A frescura e a suavidade são as principais características dos nossos vinhos, desta colheita.

Neste vinho, juntam-se as uvas da Quinta do Bom Retiro, quinta tradicional do Douro, situada na sub-região de Cima Corgo, e as da Quinta de Ervamoira, a primeira quinta moderna do Douro, situada na sub-região do Douro Superior. Enquanto as primeiras lhe conferem complexidade, elegância e finesse/carácter, as segundas trazem-lhe vivacidade, nervo e concentração.

Das vinhas velhas da Quinta do Bom Retiro e das vinhas maduras da Quinta de Ervamoira nasce este vinho de cor densa e brilhante, muito escura e com reflexos grená.

Apresenta um nariz intenso e suave, com aromas vivos de flor de laranjeira e de tangerina, notas de especiarias, pimenta preta. No final, sobressaem aromas delicados de amoras e ginja, com notas de marmelo. 

E na boca, é elegante e dinâmico, passa de macio a saboroso, com aromas de esteva e especiarias. No final de boca, como acontecia no nariz, aparecem e ficam aromas frutados de ginja, cereja e amoras.

Sugerimos que acompanhe o COLLECTION 2010 com entradas à base de presunto e carnes frias. Interessante, como acompanhamento de pratos agridoces, como lombo de porco assado com marmelos e lombo de porco recheado com ameixas. É perfeito com pratos de porco assado no forno. 

No fim da refeição é óptimo com queijo de ovelha apimentado, não muito curado, como por exemplo queijos de ovelha do Vale do Côa com doce de amoras e com doce de abóbora e amêndoa.  A imagem do COLLECTION 2010 – Bacantes com tigres, é um postal impresso em Paris, em 1916, pela Casa Plumereau Fils, encomendado por Adriano Ramos Pinto para reclame dos seus vinhos.                             

Press Release
Ramos Pinto. Grandes Vinhos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

ADELAIDE TRIBUTA...um Porto pré-filoxérico!

Se há vinhos que resistem ao tempo e se engrandecem com o passar dos anos e mesmo dos séculos, se há vinhos que sofrem metamorfoses absolutamente extraordinárias, se há vinhos que tocam a perfeição e conseguem deixar rendido o mais incauto dos enófilos…o Adelaide Tributa é seguramente um deles!

Este Porto apresenta uma cor âmbar intensa e um aroma magistralmente complexo. Frutos secos, como figos, amêndoas e avelãs, especiarias várias, com destaque para a noz moscada e o cravinho e muito, muito cacau, tudo é possível encontrar no seu nariz profusamente aromático e requintado.                

Na boca mostra-se explosivo. Denso, untuoso, profundo, com uma acidez mordaz e acutilante e um final perfeitamente interminável.
O seu grau baumé de 13,7, indicia só por si, a sua já provecta idade. Segundo registos do produtor, estamos perante um vinho pré-filoxérico, que remonta a 1866 e provém de um lote original de cinco pipas. 

Século e meio de evaporação e uma conservação em ambiente favorável, reduziram-no a apenas duas pipas e conferiram-lhe uma concentração veemente e colossal.

Foi engarrafado numa série limitada de 1300 decanters originais de cristal, devidamente numerados e embalados numa caixa de madeira desenhada pelo Arquitecto Francisco Vieira de Campos. O seu preço, na ordem dos 3000 € a garrafa, fruto da sua qualidade e raridade, destina-o apenas a coleccionadores e apreciadores endinheirados.


Uma homenagem da Quinta do Vallado a D. Antónia Adelaide Ferreira, sua anterior proprietária e para sempre relembrada como a Ferreirinha, por alturas da comemoração do bicentenário sobre o seu nascimento.

Um vinho ímpar, aristocrático, tremendamente concentrado e complexo. Um Porto grandioso e sibilino, pleno de matizes e nuances, verdadeiro exemplar da excelência vínica que o Douro e o Porto poderão alcançar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

LISBOA...uma "nova" velha região

A região de Lisboa, anteriormente conhecida por Estremadura, situa-se a noroeste da capital, numa área de cerca de 40 km de extensão. O clima é maioritariamente temperado em virtude da influência atlântica. As vinhas que crescem próximo da costa amadurecem de forma mais lenta devido às brisas marítimas, enquanto as situadas em áreas mais soalheiras do interior estão bem resguardadas pelo terreno acidentado.

A Região de Lisboa é, presentemente, uma das mais importantes do país em termos de volume de produção e contempla 9 Denominações de Origem distintas, reconhecendo-se assim a tipicidade e qualidade dos seus vinhos.

Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras, são as suas Denominações de Origem, contando ainda com indicação geográfica homónima "Vinho Regional Lisboa".

Na zona Sul da região encontram-se as três Denominações de Origem mais conhecidas pela sua tradição e prestígio: Bucelas, Carcavelos e Colares.

Na sua parte central, encontramos as mais vastas manchas de vinha desta região, onde para além do Vinho com Indicação Geográfica Lisboa, foram reconhecidas pelas suas características de elevada qualidade as Denominações de Origem Alenquer, Arruda, Torres Vedras e Óbidos.

Mais junto ao mar vamos encontrar uma zona produtora de vinhos particularmente vocacionada para a produção de aguardentes de qualidade e que mereceram o reconhecimento da Denominação de Origem Lourinhã.

Na zona mais a Norte, distingue-se uma vasta região de vinha que se estende desde as encostas das serras dos Candeeiros e de Aires até ao mar. Ali, produzem-se os vinhos com direito à Denominação de Origem Encostas d'Aire.

A região de Vinhos de Lisboa abarca assim uma área de vinha de 30 mil hectares, produzindo cerca de 20 milhões de garrafas de vinho certificadas, além de aguardente, espumantes e vinhos generosos.

As principais castas brancas são o Arinto, Fernão Pires, Malvasia, Seara-Nova e Vital, enquanto nas castas tintas predominam o Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão, Tinta Miúda, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira, para além da contribuição de castas internacionais como o Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Syrah.

Na região vitícola de Lisboa produzem-se hoje diversos brancos de notável qualidade. No entanto, é de Bucelas, demarcada em 1911, que nos chegam os seus vinhos brancos mais famosos e apreciados. Elaborados essencialmente a partir da casta Arinto, estes vinhos brancos apresentam uma acidez equilibrada, suaves aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

No que respeita aos tintos, esta região tem vindo a sofrer algumas alterações no seu panorama global. Se Colares e Carcavelos assumem hoje uma elevada importância histórica, outras Denominações de Origem, fruto da enorme reestruturação efectuada nas suas vinhas e adegas, produzem agora vinhos harmoniosos, equilibrados e conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa. A sua situação geográfica favorece a maturação das uvas, resultando em tintos mais intensos e concentrados.

Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Fruto da modernização e da aposta na qualidade, o perfil dos vinhos tintos Lisboa começou a alterar-se, tendo estes adquirido mais cor, corpo, equilíbrio e intensidade.

sábado, 17 de novembro de 2012

DONA BERNARDA 2009 - CHILE

A Luís Felipe Ewards foi fundada em 1976, e é, inegavelmente, uma das empresas vitivinícolas mais modernas do Chile, exportando actualmente para mais de 60 países estrangeiros.

Trata-se de uma empresa que produz uma vasta gama de vinhos, destinados a satisfazer uma panóplia alargada de consumidores. Mais do que a diversidade propriamente dita, a qualidade dos vinhos produzidos tem sido sempre a sua maior preocupação e o seu factor diferenciador.          
                                           
Dona Bernarda é o vinho ícone lançado por Luís Felipe Edwards em honra de sua esposa, Bernarda.

Este vinho tem sido sempre produzido em pequenas quantidades e a partir de uvas da mais alta qualidade. Desde o início, a casta maioritariamente utilizada foi a Cabernet Sauvignon, geralmente misturada com Carmenere, Syrah e Petit Verdot. As percentagens utilizadas poderão variar em função da qualidade atingida em cada colheita.

Falamos de rendimentos muito baixos, elevadas concentrações, selecções cuidadosas, esmagamentos lentos e fermentações lote por lote. A este vinho é sempre oferecido o melhor tratamento em cada fase de sua vida, por forma a conferir o máximo de personalidade e complexidade à mistura final. O estágio é longo e efectuado em barricas novas de carvalho francês.

De cor rubi intenso, revela um nariz exuberante, com fruta de bosque em bom plano. Amoras pretas e mirtilos assolam de imediato. Bastante balsâmico, denota também aromas resinosos e mentolados. A fechar o seu conjunto olfactivo, sentem-se ligeiras sensações fumadas e muito bem integradas.

Na boca entra forte e seguro. Volumoso, guloso e bem estruturado, este tinto do Novo Mundo revela-se fresco e com uma acidez muito correcta. O seu final é quente, mas longo e deveras persistente. Uma aposta segura…a um preço muito convidativo. Cerca de € 23,00…what else! 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CONCEITO – Vinhos do Douro Superior e algo mais …

Já lhe conhecia o “conceito" ... já lhe apregoava a qualidade...mas foi definitivamente neste carismático almoço que lhe prestei vassalagem! 
É, indubitavelmente, um caso muito sério no panorama vínico nacional. Rita Marques Ferreira é ainda uma jovem enóloga. Tendo como base a UTAD, esta coqueluche da enologia nacional viajou para outros quadrantes, sorvendo o que de bom por lá se fazia.   
Da família herdou uns quantos hectares de vinha no Douro Superior, que com toda a mestria e uma adega simples mas bem equipada, começou a dar largas ao seu talento e a espalhar toda a sua magia…
A prova iniciou-se precisamente pelas suas andanças além mar…e que mar esse tão distante! Nova Zelândia foi o porto seguro para a sua primeira experiência internacional. Um Sauvignon blanc de fazer corar as pedrinhas da calçada dos nossos mais vaidosos antípodas!                                               

CONCEITO SAUVIGNON BLANC 2011
Sendo um vinho produzido no chamado novo mundo, distingue-se dos seus congéneres desde logo pelo seu nariz. Mais contido nos aromas, sem grandes exuberâncias nem grandes exageros de tropicalidade, este Sauvignon blanc faz jus às características próprias da casta. Vegetal quanto baste, mostra toda a sua pujança mineral, sem nunca deixar de revelar a sua fruta limpa e pura em grande plano. A sua boca apresenta-se fresca e muito consistente. Com uma acidez bem colocada, exibe um corpo menos delgado do que poderíamos estar à espera, mostrando uma estrutura surpreendente, bom volume e um final muito sedutor. Um branco bem proporcionado, entusiasmante mas despreocupado...um vinho de empatia imediata e que não deixará ninguém indiferente!            

CONCEITO BRANCO 2010
Um branco que logo nas primeiras impressões…entrou directo para o meu top 5 dos brancos portugueses. O seu nariz é rico e complexo. Fruta branca de pomar, muito fina e limpa, toma conta das hostilidades. Requintadas notas minerais harmonizam plenamente com as suas suaves sensações de barrica. Tudo muito bem conseguido e com muito carácter. A boca mostra-se delicada, envolvente e com bom porte. O seu corpo é vigoroso mas elegante, sustentado por uma acidez muito fina e equilibrada. Um branco de grande classe que se assume, sem vaidades mas também sem timidez, como um dos mais notáveis vinhos brancos do Douro!  
                                                                                  
CONCEITO TINTO 2009
Um nariz promissor logo à entrada. Barrica bem integrada, deixando a fruta fazer o seu papel. Aqui ninguém assume protagonismos. Tudo em muito boa posição. Tudo muito bem harmonizado. Algum cacau e chocolate preto à mistura. Notas balsâmicas fazem-se também sentir, mas com natural subtileza. O seu corpo não se impõe pelo peso, mas antes pela elegância e por uma cama de taninos presentes mas seguros. A sua acidez faz-nos acreditar num futuro promissor e o seu final de boca atira-nos para juízos de valor muito mais audazes, permitindo-nos afirmar que se trata de um grande vinho, um tinto de luxo que ombreará, sem medos, com os maiores vinhos não só do Douro Superior como de todo o País.                     

CONCEITO VINTAGE 2005
A cor é ainda muito negra e brilhante. No aroma mostra-se imponente e seguro, elegante e tremendamente aprimorado, provando-nos, desde logo, que nem só das grandes casas produtores de Vinho do Porto, surgem os melhores exemplares deste estilo de vinhos. Frutas negras maduras marcam forte presença, acompanhadas de notas de chá preto e chocolate das mais nobres proveniências.  Na boca revela uma estrutura invejável, dimensão, volume e uma acidez fora de série. O seu final é muito longo e poderoso. Um Vintage intenso, denso e complexo. Um verdadeiro tributo à região demarcada do Douro!
                                                                                                                     
CONCEITO TAWNY 10 ANOS
Brilhante na sua tonalidade mogno suave, no seu acobreado charmoso. Aqui, sinto-me verdadeiramente em casa! É destes Portos que gosto de falar, são estes os Portos que me atraem, os Portos envelhecidos em largos espaços de madeira, sem medo, sem pressa, simplesmente à espera do que o tempo lhes designará. Este não esperou tanto assim, mas o suficiente para o tornar num Porto compacto, meloso e cativante. No aroma predominam os frutos secos, caramelo, casca de laranja e pralinés. Tem corpo, volume e estrutura. A sua boca é suculenta, alegre e radiante. Com uma acidez muito bem medida, este Porto apresenta-se em pleno fulgor da sua puberdade…sim, porque temos vinho para muitos e muitos anos! Saberá envelhecer com destreza, engenho e arte…um Tawny 10 anos que tão cedo não me sairá da memória!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

QUINTA DO VALE MEÃO

Não é todos os dias que vinhos deste calibre passam pelos nossos copos e nos invadem os sentidos! Numa recente viagem ao Douro pude visitar a Quinta do Vale Meão e usufruir de um simpático almoço, na companhia de Francisco Olazabal Filho e variadíssimos wine writers portugueses e espanhóis.  

Pela mesa iam passando várias estrelas, enquanto outras, já abertas…decoravam os móveis de apoio e acicatavam as nossas papilas gustativas! 
Enquanto degustava aqueles vinhos, tentava viajar no tempo e recuar até ao último quartel do século XIX, altura em que Antónia Adelaide Ferreira, contrariando todos os doutos pareceres da época, teimou em comprar aquelas terras inóspitas e “longínquas” para ali fazer nascer uma quinta a que deu o nome de Quinta do Vale Meão. 
Que ousadia e tenacidade! Que instintos visionários moviam aquela mulher que, sessenta anos antes, inaugurou aquele que viria a ser o berço do mais emblemático vinho português – o Barca Velha.
Mas não é deste vinho que agora pretendo falar, até porque desde há largos anos passou a ser vinificado na Quinda da Leda, situada uns quilómetros mais há frente e de cujos “tesouros” falarei oportunamente.
Agora vou apenas deixar aqui o meu testemunho sobre os três VALE MEÃO que mais prenderam a minha atenção.                                                                                                     

QUINTA DO VALE MEÃO 2002
Apesar dos seus 10 anos de vida, apresenta ainda uma notável concentração de cor. Muito afinado, este Vale Meão exibe uma Touriga Nacional em muito bom plano, com os seus aromas florais a marcarem forte presença. Aromas balsâmicos invadem-nos suavemente o nariz, ao que acresce um ligeiro toque mentolado a conferir ainda maior complexidade ao seu conjunto. Na boca marca pela harmonia e equilíbrio, sustentados por uma fina textura de taninos já bastante suaves e reconfortantes. O seu final é muito longo, opulento e poderoso.

QUINTA DO VALE MEÃO 2008
Proveniente de um ano em que as condições climatéricas permitiram uma maturação lenta e sustentada, este tinto duriense impressiona pela sua estrutura bem definida, em que todos os componentes se mostram em perfeito diálogo. Muito mais frutado que o 2002, o seu nariz está profusamente marcado pelas frutas negras, carnudas e maduras, perfeitamente misturadas com as notas de cacau e café que também se fazem mostrar de forma não menos tímida. Com um corpo robusto e seguro, este 2008 mostra-se pujante e exibe uma acidez e uma frescura absolutamente perfeitas…características que lhe determinam uma velhice tardia e plena de charme. Uma verdadeira “luva de seda em punho de aço”!

QUINTA DO VALE MEÃO 2010
O mais jovem membro desta linhagem Duriense, mostra-se muito mais pronto que os anteriores mas sem deixar cair por terra os pergaminhos próprios de tão nobre ascendência. No nariz dominam as frutas pretas maduras e limpas, em perfeita harmonia com as suas notas de barrica. Sensações especiadas fazem-se sentir aqui e ali, fazendo jus à sua complexidade olfactiva e à sua já vaticinada profundidade aromática. Com uma boca muito bem proporcionada, revela possuir um estilo mais “fashion”, mas muito polido e requintado. Fresco, redondo e com uma acidez acutilante, este Vale Meão possui a alma e o coração suficientes para se tornar num dos mais recentes ícones do DOURO.

sábado, 27 de outubro de 2012

CONCURSO DE VINHOS DO DOURO SUPERIOR SURPREENDE PELA QUALIDADE


Conceito branco 2010, Quinta do Vale Meão tinto 2009, Butler Nephew & Co Porto tawny 40 anos foram eleitos os “Melhores Vinhos” no Concurso de Vinhos do Douro Superior, nas categorias de brancos, tintos e Portos, respetivamente. Esta prova, que se realizou no I Festival do Vinho do Douro Superior, contou com 150 referências em prova. Surpreendido com a adesão – quase todos os 50 produtores que participam no I Festival do Vinho do Douro Superior submeteram vinhos a concurso - o júri destacou a “elevada qualidade”  dos vinhos provados.

No Concurso de Vinhos do Douro Superior foram também atribuídas Medalhas de Ouro, Prata e Bronze, subdivididas nas categorias de brancos, tintos e Portos. Os vinhos foram avaliados em prova cega por um júri composto por 16 elementos, entre jornalistas da especialidade, distribuidores, donos de garrafeiras e restaurantes, portugueses e espanhóis.     
Na categoria de vinhos brancos, além do Conceito branco 2010, foram medalhados com Ouro os vinhos Quinta dos Castelares branco 2011 e Tons de Duorum branco 2011. Nos vinhos tintos foram entregues cinco medalhas de Ouro: Quinta do Vale Meão tinto 2009, Conceito tinto 2009, Fronteira Reserva tinto 2010, Quinta da Leda tinto 2009, Quinta da Touriga Chã tinto 2009. Na categoria Portos, recebeu Medalha de Ouro o vinho Butler Nephew & Co Porto Tawny 40 anos, produzido pela Christie's Port Wine. 
Depois de definidos os prémios, os vinhos que obtiveram melhor classificação Ouro, voltaram a ser alvo de uma prova cega para se encontrarem os “Melhores Vinhos” do Douro Superior. Na categoria de vinhos brancos foram ainda atribuídas uma medalha de prata e quatro de bronze. Na categoria de vinhos tintos foram atribuídas treze medalhas de prata e onze de bronze. E, na categoria de Portos, foram atribuídas uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze. 
Os resultados deste concurso deixam a nú uma constatação, uma surpresa e uma evidência: voltam a confirmar a Quinta do Vale Meão, construída em finais do século XIX pela mítica Ferreirinha, como um dos projetos mais consistentes do Douro atual, trazem para primeiro plano um dos projetos mais jovens e promissores desta região, o Conceito Vinhos, liderado pela enóloga Rita Marques, e destacam o Douro Superior como uma sub-região voltada para a produção de vinhos DOC. Das 150 amostras em concurso, 80 por cento eram vinhos tintos, o que explica o elevado número de medalhas nesta categoria. 
A categoria de Portos, por seu lado, foi a menos participada e, consequentemente, a que obteve menos medalhas, o que reflete o facto de serem poucos os vinhos do Porto produzidos exclusivamente com uvas do Douro Superior que era uma das exigências do regulamento do concurso – estes vinhos entram maioritariamente em lote com vinhos das outras sub-regiões. Nesta sub-região estão a desenvolver-se alguns dos projetos mais carismáticos da atualidade, mas a maioria destina-se à produção de vinhos DOC Douro.
Prémios do Concurso de Vinhos do Douro Superior
Prémio Melhores Vinhos
  • Conceito branco 2010 (Conceito Vinhos)
  • Quinta do Vale Meão tinto 2009 (Francisco Olazabal & Filhos)
  • Butler Nephew & Co Porto Tawny 40 anos (Christie’s Port Wine)
Vinhos Brancos
Medalhas de Ouro
  • Conceito branco 2010 (Conceito Vinhos)
  • Quinta dos Castelares branco 2011 (Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira)
  • Tons de Duorum branco 2011 (Duorum Vinhos)
Medalha de Prata
  • Palato do Côa branco 2011 (5 Bagos – Sociedade Agrícola)
Medalhas de Bronze
  • D. Graça Viosinho Reserva branco 2010 (Vinilourenço)
  • Muxagat “Os Xistos Altoa” branco 201 (Muxagat)
  • Pios branco 2011 (Quinta de Vale de Pios)
  • Quinta da Mieira branco 2011 (João Turégano Soc. Vinícola Unipessoal)
Vinhos Tintos
Medalhas de Ouro
  • Quinta do Vale Meão tinto 2009 (Francisco Olazabal & Filhos)
  • Conceito tinto 2009 (Conceito Vinhos)
  • Fronteira Reserva tinto 2010 (Companhia das Quintas)
  • Quinta da Leda tinto 2009 (Sogrape Vinhos)
  • Quinta da Touriga Chã tinto 2009 8jorge Rosas)
Medalhas de Prata
  • Casa da Palmeira Reserva tinto 2008 (Manuel Joaquim Pinto)
  • Duorum Old Vines Reserva tinto 2009 (Duorum Vinhos)
  • CARM Grande Reserva tinto 2008 (CARM – Casa Agrícola Reboredo Madeira
  • Fraga da Galhofa Touriga Nacional tinto 2009 (Vinilourenço)
  • Lupucinus Reserva tinto 2009 (Quinta de Lubazim)
  • Palato do Côa Reserva tinto 2010 (5 Bagos – Sociedade Agrícola)
  • Pios tinto 2009 (Quinta de Vale de Pios)
  • Quinta da Canameira Grande Reserva tinto 2010 (Sampaio e Melo Cabral Vinhos de Quinta)
  • Quinta da Silveira Grande Escolha tinto 2004 (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)
  • Quinta Dona Doroteia Reserva tinto 2009 (Sebastião Oliveira)
  • Quinta de Vila Maior tinto 2007 (Manuel Joaquim Pinto)
  • Van Luyt Reserva tinto 2009 (Quinta de Alaúde)
  • Quinta dos Quatro Ventos Reserva tinto 2007 (Aliança Vinhos de Portugal)
Medalhas de Bronze
  • Papa Figos tinto 2010 (Sogrape Vinhos)
  • Fonte das Vinhas tinto 2009 (Meireles Douro Soc. Agrícola e Comercial)
  • Casa da Palmeira tinto 2008 (Manuel Joaquim Pinto)
  • Grandes Quintas Reserva tinto 2010 (Sociedade Agrícola da Casa D’Arrochella)
  • Holminhos Touriga Nacional-Touriga Franca tinto 2009 (Quinta dos Holminhos)
  • In Culto Reserva tinto 2009 (Zero Defeitos)
  • Quinta da Silveira Reserva tinto 2008 (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)
  • Puro Quinta da Touriga tinto 2009 (Jorge Rosas)
  • Callabriga tinto 2009 (Sogrape Vinhos)
  • Vale de Pios tinto 2008 (Quinta de Vale de Pios)
  • Mapa tinto 2009 (Pedro Mário Garcias)
Vinhos do Porto
Medalha de Ouro - Butler Nephew & Co Porto Tawny 40 anos (Christie’s Port Wine)
Medalhas de Prata
  • Amável Costa 20 anos (Agostinho Amável Costa)
  • Duorum Vinha de Castelo Melhor Vintage 2009 (Duorum Vinhos)
Medalha de Bronze   
  • Amável Costa Tawny 30 anos (Agostinho Amável Costa)                                               Press release