sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CASA DE SEZIM - LOUREIRO SAUVIGNON BLANC 2009


A Casa de Sezim situa-se muito próximo da cidade de Guimarães, berço da nacionalidade e Património Mundial da Humanidade.
Está na posse da mesma família desde 1376 e entrou para o acervo familiar por doação que Maria Mendes Serrazinha fez a Afonso Martins - descendente de D. João Freitas companheiro do Rei de Portugal, D. Afonso Henriques - em atenção, segundo se lê em pergaminho existente no arquivo da Casa, "às boas obras que dele recebeu e espera receber e por crença que lhe fez”.
Esta Casa brasonada possuí uma fachada monumental do séc. XVIII e alberga no interior dos seus salões uma colecção de papéis panorâmicos da primeira metade do século XIX. Estando aberta durante todo ano e, dispondo de 8 quartos e 2 suites, afigura-se como o local ideal para uma estadia naquela região. 
Segundo documento datado de 1390, os vinhos verdes da Casa de Sezim eram já bastante apreciados na Idade Média. 
A propriedade possuí ainda 32 hectares de vinha, onde se encontram plantadas, essencialmente, castas recomendadas para região. A sua antiga adega é actualmente um local de visita turística, uma vez que a Quinta dispõe já de uma nova adega onde as uvas são sujeitas às mais recentes tecnologias.
O vinho que agora tenho o ensejo de vos apresentar é da responsabilidade de António Pedro Pinto de Mesquita (produtor) e do seu irmão José Paulo Pinto de Mesquita (enólogo), tendo um P.V.P. de cerca de € 7,00.
Foi elaborado a partir da casta Loureiro, uma das castas mais nobres da Região dos Vinhos Verdes, e da internacionalmente conhecida casta francesa Sauvignon Blanc. Duas castas muito marcantes, capazes de produzir vinhos frescos, secos e bastante aromáticos. 
Este bivarietal da Casa de Sezim revela uma cor de um amarelo cítrico-palha muito claro e translúcido e exibe um nariz muito exuberante. A junção destas duas castas aromaticamente apelativas, revelou-se muito bem conseguida, resultando num nariz verdadeiramente entusiasmante.
Com uma capacidade de comunicação que nos acompanha durante toda a prova, este vinho vai libertando os seus aromas florais e frutados em perfeita sintonia, numa guerra de aromas que no final termina sem vencedor declarado!
Desde frutos cítricos casados com flor de laranjeira, até frutos de cariz mais tropical maridados com generosas folhas de louro, tudo é perceptível neste branco falador.
Elegante e harmonioso, este bivarietal possuí boa estrutura, uma acidez de bom nível e um final de média intensidade.
De recorte clássico, este vinho da Região dos Vinhos Verdes mostrou ser detentor de uma grande personalidade, revelando ser um vinho com um carácter muito próprio e capaz de ombrear taco a taco com os vinhos ditos mais nobres “daquela praça”.
Uma excelente alternativa ao que de bom se  faz na Região dos Vinhos Verdes, acrescentando ainda uma notável aptidão gastronómica.
Nota pessoal: 16,5

2 comentários:

Alain Gouste disse...

ai que saudade de Portugal...gosto muito da comida, dos vinhos, azeites e do simpatico povo.
hora dessas parto pra uma temporada lusitana.
abraços de um carioca gourmand
Alain Gouste http://www.alaingouste.blogspot.com/

DMA disse...

Bom dia, estamos a lançar um projecto de blogue de vinhos diferente e associado à Quinta de Maritávora. Neste espaço pretende-se falar de vinho como prazer, da literatura, aos saberes populares, à pintura e às demais artes ou ciências ligadas ao vinho. Não vamos ter crítica de vinhos nem será um blogue comercial, mas um espaço de prazer ligado ao vinho. Será um prazer receber-vos. Para qualquer contributo podem escrever para santiagomaritavora@gmail.com