Devo confessar que essa pretensa magna divisio entre brancos de verão e brancos de inverno sempre me irritou solenemente. São incontáveis as vezes em que este vinho me acompanhou em muitos e deliciosos jantares invernosos, com muito frio mesmo (lá fora claro está!), mas pronto…ok…concedo!
Estaremos, efectivamente, perante um excelente parceiro para os dias mais quentes e os cenários mais veraneantes. A solo ou acompanhado, este branco Galego, não desiludindo os grandes amantes da casta Albariño, faz as delicias de quem procura um vinho fresco, leve e despretensioso.
Não me podendo pronunciar sobre a sua longevidade, já que nunca provei colheitas mais antigas, posso, contudo, assegurar que se trata de um vinho muito regular e consistente, tantos foram os anos e as idas à simpática Galiza…para me deleitar com os seus mariscos e as suas típicas tapas.
Produzido pelas Bodegas - As Laxas, situadas nas margens do rio Minho, na D.O. Rias Baixas, Galiza, este Alvarinho, apresenta uma cor amarela citrina com laivos esverdeados e um aspecto brilhante e cristalino. Aromaticamente elegante e sem grandes devaneios olfactivos (graças a Deus! Já enjoa a quantidade desmesurada de “tropicalidade” que para aí anda…), apresenta um nariz muito limpo, com evidentes laivos de mineralidade e onde notas florais e frutadas, diria que maças e damascos marcam aqui forte presença, se encontram em perfeita harmonia.
Na boca revela bom corpo e bom volume. Mostra-se extremamente equilibrado, com uma acidez muitíssimo bem colocada e um final bastante sedutor. Afinado e bem proporcionado, refrescante e sóbrio, este vinho, podendo não representar um poema à casta Alvarinho, demonstrou sempre uma autenticidade e uma generosidade, perfeitamente capazes de nos deixar com um enorme sorriso nos lábios! Rias Baixas…what else!!!
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