Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz e outras provenientes de vinhas velhas
Vol. Álcool: 14,88%
P.V.P.: € 18,00 - € 20,00
A Quinta chama-se dos Poços porque quando é intensa a pluviosidade na região brotam múltiplas nascentes de água no seu solo.
A Quinta dos Poços situa-se na Região Demarcada do Douro (Património da Humanidade), mais concretamente na sub-região do Baixo Corgo, na freguesia de Valdigem, concelho de Lamego. É uma das mais antigas da região, sendo a casa-mãe um típico solar rural do século XIII. Na mesma estacionaram tropas francesas do General de Brigada Loison, o “Maneta”, aquando da primeira invasão francesa, em 1808. Esta Quinta pertence à família do Prof. Doutor José Manuel da Costa Mesquita Guimarães.
A Quinta dos Poços estende-se por 25 hectares de solo xistoso, típico da região, dos quais 21 estão totalmente mecanizados em patamares e ao alto. As castas nela produzidas são, por ordem alfabética, o Dozelinho Tinto (3%), Rufete (4%), Souzão (6%), Tinta Barroca (18%) Tinta Francisca (3%), Tinta Roriz (18%), Tinto Cão (6%), Touriga Franca (20%) e Touriga Nacional (22%). Estas castas são consideradas as mais características e tradicionais da Região e, no terroir, encontram-se distribuídas em parcelas segundo a disposição mais adequada em termos enológicos.
Este vinho apresenta uma cor muito concentrada, de um intenso vermelho rubi.
A sua vinificação ocorreu em lagar tradicional com pisa a pé, tendo estagiado em barricas novas de carvalho francês, durante doze meses.
O seu nariz, embora ainda um pouco austero e reservado, sugerindo-nos a eventualidade de uma profícua guarda em cave, aparece dominado pelas suas frutas pretas e maduras, acompanhadas de perto por ligeiras notas de tabaco, café e torrefacção.
Na boca, demonstra maior suavidade e alegria, apresentando uns taninos domesticados e uma textura fácil e sedosa.
Um tinto com um perfil perfeitamente actual que, não obstante os seus aromas estarem ainda algo fechados, pode e deve ser bebido desde já, podendo proporcionar-nos, desde que servido em copos correctos e a temperaturas adequadas, momentos de verdadeiro prazer.
Nota: 16 Olga Cardoso
* o texto em itálico foi retirado do site da Quinta dos Poços
A Quinta deve o seu nome ao primeiro proprietário, D. Pedro de Almeida, Vice-Rei da Índia, a quem D. João V concedeu o título de I Marquês de Alorna por actos de bravura na tomada da praça forte de Alorna, na Índia. Tendo comprado o Casal de Vale de Nabais em 1723, quando regressou a Portugal D. Pedro de Almeida fez dele o núcleo central de um vasto grupo de propriedades onde plantou as primeiras vinhas, mudando-lhe o nome para Quinta da ALorna. O Ribatejo é, desde sempre, uma região rica e apetecida, graças às férteis lezírias, ideais para a agricultura e criação de gado. E Almeirim era então conhecida pela qualidade da sua caça, muito frequentada por nobres e fidalgos, que aqui passavam tempos de lazer.
No palácio da Quinta, de estilo sóbrio, mas distinto erguendo-se de frente para o Tejo, iluminado pelo sol de fim de tarde onde ainda hoje reluz o brasão dos Almeida Portugal, nasceram e viveram várias gerações de Alornas, incluíndo D. Leonor (1750-1839), Marquesa de Alorna, notável poetisa e pintora, que aqui escreveu algumas das obras que a tornaram famosa.
Após cuidada vindima manual, as uvas que dão origem a este vinho branco são prensadas e fermentadas em cubas inox a cerca de 15º C. Uma vez composto o lote final, o vinho é estabilizado a frio e clarificado antes do engarrafamento.
De cor amarela esverdeada, este vinho, recentemente provado numa prova que visou demonstrar a correcta harmonização entre queijos e vinhos e teve lugar na Sala Ogival da ViniPortugal, no Palácio da Bolsa, no Porto, cativou-me essencialmente pelo seu nariz vibrante, deixando saltar as típicas notas cítricas de limão e laranja provenientes certamente da casta Fernão Pires, acompanhas por fortes laivos de tropicalidade emergentes da casta Arinto, deixando, aqui e ali, transparecer ainda um certo aroma de maracujá e também a melão bem maduro.
Não sendo tão exuberante na sua prova de boca, a verdade é que ela também não nos desilude, mostrando-se viva e muito fresca, revelando boa acidez e forte mineralidade .
Estamos assim, perante um óptimo vinho de entrada, de perfil simples mas muito correcto e equilibrado. Um excelente vinho para ser servido como welcome drink, para acompanhar uma diversidade de peixes e mariscos e, porque não, também um bela tábua de queijos variados.
Nota: 15,5 Olga Cardoso
*O texto em itálico foi retirado do site da Quinta da Alorna.
Castas:Touriga Nacional (65%), Tinta Barroca (20%), Touriga Franca (13%) e Sousão (2%)
Teor Álcool: 15%
P.V.P.: +/- € 17,00
Estranho me parece que o projecto Quanta Terra continue a ser um ilustre desconhecido para a generalidade das pessoas. Efectivamente, quando questionadas, a maioria das pessoas que abordo confessam-me desconhecer por completo estes vinhos.
Felizmente, o mesmo não se passa junto dos maiores apreciadores dos vinhos nacionais, que já se aperceberam que estamos perante uma casa capaz de produzir grandes vinhos, de uma forma transversal e com uma das melhores relações qualidade preço praticadas na região em causa – o Douro.
O projecto Quanta Terra nasceu do esforço e empenho pessoal de Celso Pereira e Jorge Alves, dois homens profundamente experientes e conhecedores deste especial terroir, das suas condições climatéricas, dos seus solos, da ideal exposição solar das vinhas, inclinações, altitudes, castas, etc..
Todo este conhecimento e dedicação só poderia conduzir à enorme qualidade com que estes vinhos nos presenteiam.
Ainda longe das luzes da ribalta, estes meritosos vinhos e este consistente projecto - Quanta Terra, acabarão, seguramente, dentro de pouco tempo, por alcançar o seu merecido lugar ao sol.
Pese embora o ano 2006 não tenha sido um ano de boa safra, pelo menos no que ao Douro diz respeito, este Quanta Terra Colheita Seleccionada apresenta-se de forma muito correcta e afinada, exibindo uma cor granada bastante intensa.
No nariz, revela-nos, desde logo, as suas frutas bem maduras, seguidas de suaves notas balsâmicas, devidamente acompanhadas por uma madeira bem presente mas muito equilibrada, com os seus toques fumados e até algum tabaco à mistura, a conferir uma grande concentração e complexidade ao seu arranjo final.
Na sua prova de boca, mostrou possuir muito bom corpo, com uma textura cheia mas assaz delicada, taninos redondos e acetinados, com sensações de menta e chocolate a marcarem também a sua presença.
O seu final é longo, persistente e de grande finura.
Estamos seguramente perante um tinto bem coeso, que impressiona pela sua enorme profundidade e pelo qual poderemos ainda esperar algum tempo, atenta a longevidade que se lhe adivinha. Nota: 17 Olga Cardoso
Produtor: Henrique Uva-Herdade da Mingorra Enólogo: Pedro Hipólito Castas: Douro (25%Tinta Barroca 25% Tinta Roriz) e do Alentejo (15% Aragonês e 35% Alfrocheiro)
Teor Álcool: 14%
P.V.P.: € 20,00 a € 23,00
No limiar desta “Minha Louca Paixão”, quando me comecei a sentir inexplicavelmente compelida a querer perceber o que realmente era isto do VINHO, pelo meio das minhas frenéticas buscas de conhecimentos vínicos na internet, tropecei neste Uvas Castas (…é verdade, tropecei é mesmo a palavra correcta).
Senti-me, desde logo, seduzida pelo seu nome - UVAS CASTAS, um nome com tanto de simples e poético como de forte e pujante, sobretudo se nos detivermos na sua enorme irreverência. Falo-vos de um vinho corajoso, destemido e audaz, que não sendo absolutamente inovador no seu conceito intrínseco (a mistura de regiões), teve o mérito de ter sido o primeiro, que já não o único, Douro-Alentejo.
De vinhos produzidos a partir de uvas provenientes de diferentes regiões e, até mesmo de diferentes países, existem já outros exemplos. Lembro-vos o caso do Dado, agora Doda (Dirk Niepoort-Douro e Álvaro de Castro-Dão), o caso do Pião (uvas de Piemonte-Itália e do Dão-Portugal), Dourat (Douro-Portugal e Priorat-Espanha) e ainda, se a memória não me traí, o Durodero (produzido a partir de uvas do Douro e da nossa vizinha espanhola – Toro/Duero).
E se o nome era já deveras apelativo, o seu rótulo, para além de todo o requinte e elegância, exibia-se ainda de forma extremamente esclarecedora. Que grande rótulo e que bonito contra-rótulo temos aqui! A todo este “hardware” vem por fim juntar-se uma genial e digna referência ao conceito de casamento do dublinense Sir Oscar Wilde. Grande ideia e, mais uma vez, corajosa irreverência.
No que toca às suas características organolépticas, e é disso que se me impõe aqui falar, devo-vos dizer que o bebi pela primeira vez há já algum tempo. No meio de toda a minha ignorância no que à prova dizia então respeito, pareceu-me, desde logo, um vinho a não esquecer. Por essa razão, resolvi investir em mais uma garrafa que guardei para mais tarde degustar.
Decidi fazê-lo no passado fim de semana, e em boa hora o fiz! Na companhia de comensais escolhidos a dedo, que se fizeram acompanhar de outros bons vinhos dos quais oportunamente falarei, este vinho, classificado indignamente como vinho de mesa face à legislação actualmente em vigor, foi-se portando à sua altura, fazendo jus ao seu espírito atrevido.
Com calma, devagarinho e com muita classe, foi-lhes aniquilando os mais nobres e doutos argumentos contrários a qualquer inovação vínica, deixando-os por fim rendidos aos seus ternos encantos (…lá se foram mais uns quantos “puristas” do vinho!).
De cor vermelha pouco carregada mas intensa e brilhante, revelou-se, de início, algo tímido, bastante reservado nos aromas, demasiado low profile, diria mesmo. Com o desenrolar da prova, já devidamente “respirado”, foi mostrando toda a força do seu nariz, deixando então soltar as suas frutas maceradas, com café e chocolate à mistura, proporcionalmente emparelhados com as suas notas vegetais e o seu fundo bem terroso.
Era o grandioso Douro a manifestar-se com todo a sua garra! E lá estavam a habitual esteva, a simpática urze e também, porque não, o perfumado aneto. Na boca, revelou toda a sua suavidade, mostrando enorme elegância, com um corpo e uma acidez a aguentarem muito bem os seus taninos. Termina de forma marcante, mas com muita “doçura na voz”. Aqui, digo eu, o Alentejo saiu a ganhar.
“O seu estágio teve a particularidade de “ter sido feito em duas fases e separadamente para os vinhos do Douro e do Alentejo”, explica Pedro Hipólito. “Primeiro estagiaram cerca de cinco meses em barricas, para depois serem loteados, regressando à madeira para perfazerem cerca de 12 meses de estágio”.
“O objectivo foi aliar a complexidade, o vigor, a concentração e a frescura – afinal as características mais marcantes dos vinhos do Douro – com a tradicional suavidade dos vinhos do Alentejo”, sublinha Pedro Hipólito, o enólogo do projecto Henrique Uva/Herdade da Mingorra. “Uma experiência muito enriquecedora, mas também um projecto que nasceu da necessidade de criar vinhos para nichos de mercado. É que com as prateleiras saturadas de referências cada vez mais iguais entre si, faz todo o sentido lançar um vinho como o Uvas Castas, até por poder preconizar uma solução de futuro, na procura de valores de diferenciação”.
Este vinho encerra em si mesmo, atrevo-me a dizer, algo de mágico ou alquímico e ainda a ambivalência de nos conseguir transportar, de forma pretensamente equitativa, para duas das principais regiões vitivinícolas portuguesas, o arrebatador DOURO e o lânguido ALENTEJO.
Ousando, por fim, definir este vinho numa só palavra (condensá-lo num só grito como diria a grande Florbela Espanca)e procurando resistir à tentação de plagiar outros apreciadores que sobre ele já se pronunciaram com nomes como ímpar, singular ou diferente, que tal… apelidá-lo “simplesmente” de…ÚNICO!
A casta que está na origem deste vinho é seguramente uma das mais enigmáticas e indecifráveis castas brancas de que tenho conhecimento. Há quem afirme que tal como as diferentes variantes da família Malvasia, esta casta terá tido a sua génese na famosa ilha grega de Creta. A verdade é que esta fascinante casta branca sempre se prestou a enormes equívocos e flagrantes erros de toponímia.
Não obstante a relação parental que sempre lhe quiseram estabelecer com a casta Verdejo de Espanha e Verdello de Itália, rigorosos estudos ampelográficos efectuados concluíram pela total inexistência de similitudes genéticas.
Pese embora existam vários vinhos portugueses que exibem o nome Verdelho nos seus rótulos ou contra-rótulos, a verdade é que estamos perante castas com perfil totalmente diferente, tal como são o habitual Gouveio e mais actualmente a casta Verdejo que muitos dos nossos produtores vão buscar à região demarcada espanhola de Rueda.
É no Portugal insular, nomeadamente na ilha da Madeira, que esta casta subsiste e ganhou grande reputação internacional, mormente, na elaboração dos vinhos generosos.
Actualmente é sobejamente utilizada na Austrália, país onde integra uma das mais fortes apostas de nichos de mercado.
Em Portugal, tem sido efectivamente através dos vinhos generosos da Madeira que esta casta extremamente aromática, repleta de aromas tropicais e profusamente cítrica mais se destacou e realmente se afirmou.
Apesar destas suas excelentes características, só no início do século XX é que ela foi elevada à condição de casta nobre, sendo, contudo, ainda uma das castas ditas de excelência com menor área de plantio.
Este vinho tranquilo denominado PRIMEIRA PAIXÃO VERDELHO 2008, um branco VQPRD Madeirense, resultou da PAIXÃO PELO VINHO de diferentes amigos, nomeadamente, os enólogos Francisco Albuquerque e Rui Reguinga que, aproveitando, quiçá, uma das mais fascinantes variedades de uvas brancas, deram corpo a este projecto que visa implementar-se no mercado nacional como um projecto genuíno e que pretende dar a conhecer aos portugueses o que de mais português eventualmente existirá.
Extremamente aromático, este vinho apresenta uma cor de um amarelo discreto mas muito sedutor, exibindo um nariz muito expressivo com notas tropicais bastante evidentes.
Com sensações cítricas de lima e limão a emergirem logo à entrada, este vinho transporta-nos ainda para aromas a lembrar a maracujá, com alguma pêra fresca como que a saltar do seu fundo, acompanhada ainda de uma forte e bem marcante mineralidade.
Na boca revela-se bem estruturado, com bom equilíbrio, elevada acidez e relevante frescura. Profusamente exótico, este vinho possui uma notável complexidade, com final médio mas muito bem pronunciado, que de alguma forma nos remete para momentos de uma certa introspecção e nos convida até a uma íntima reflexão.
Atrevendo-me a citar o afamado crítico de vinhos português, João Paulo Martins, no seu livro – VINHOS DE PORTUGAL 2010 -“como estreia não seria possível esperar mais”- vou, como já anteriormente referi, atrevidamente permitir-me augurar um grande futuro a este vinho, que em próximas colheitas nos irá certamente premiar com néctares de verdadeira eleição, possibilitando-nos a todos nós portugueses, a degustação de uma casta que erroneamente julgávamos conhecer…!
Produtor: Quinta dos Roques Castas: Encruzado Enólogo: Rui Reguinga
Vol. Alcool: 13,5%
P.V.P.: +/- € 12,00
De cor amarelo palha, límpido e cristalino, este vinho foi elaborado 100% a partir da casta Encruzado, uma das mais notáveis castas brancas nacionais e que actualmente se assume como a grande referência da região demarcada do Dão.
A sua vinificação teve lugar em cubas de inox, a temperaturas controladas, tendo 65% do vinho sido fermentado em barricas de carvalho francês, nas quais permaneceu por mais seis meses.
No nariz, mostra-se aromaticamente intenso, com as suas notas cítricas de lima e limão a manifestarem-se como uma espécie de porta estandarte. Não se ficando apenas por aqui no que concerne aos seus aromas frutados, surgem logo de seguida referências a laranjas doces, maças e maracujás. A este leque de frutas frescas, juntam-se ainda suaves notas vegetais e minerais, devidamente acompanhadas por finos aromas provenientes da boa madeira onde estagiou.
Na boca, onde a sua boa estrutura se torna evidente, somos de imediato invadidos por uma frescura envolvente e uma acidez elegante, com as já referidas sensações de tosta, baunilha e até frutos secos como que a quererem novamente marcar presença.
Com final muito logo e persistente, este branco nacional esgrima uma profundidade e uma complexidade absolutamente geniais.
Não obstante ser já um verdadeiro santuário de prazer, este vinho demonstra possuir uma boa margem de evolução, pelo que não será de todo despiciente reservar uma ou outra garrafa para um adequado e merecido retiro em cave.
Em minha opinião, este vinho da Quinta dos Roques poder-se-á assumir, desde já, como um baluarte da casta Encruzado e um dos melhores brancos portugueses.
País: Portugal Região: Douro Produtor: Sobredos, Lda Enólogo: Francisco Montenegro
A prova destes 5 vinhos, cujas minhas impressões pessoais aqui transcrevo, teve lugar no passado dia 2 de Outubro, na garrafeira Wine O'Clock de Matosinhos.
Esta prova contou com a presença do enólogo e produtor Francisco Montenegro e foi conduzida pelo anfitrião António Nora.
ANETO BRANCO RESERVA 2008
Este vinho foi elaborado tendo por base a casta Sémillon, no Douro mais conhecida por Boal, auxiliada pelo Arinto (30%), casta conhecida pela sua acidez cítrica, pelo Viosinho (20%) e pelo Gouveio (10%).
De cor citrina, apresenta-se muito delicado nos aromas, com as frutas em muito boa forma e as notas de tostados e de alguma baunilha provenientes da madeira onde estagiou, muito bem integradas nas demais.
Na boca revela uma acidez de grande classe, que lhe confere a frescura necessária para amparar o seu peso e volume de álcool.
Um vinho muito bem feito e afinado, com um final longo e persistente.
Um branco para ser bebido durante o ano inteiro.
Teor Álcool: 13%
P.V.P.: +/- € 12,00
ANETO LATE HARVEST 2007
Feito exclusivamente a partir da casta Sémillon, vindimada em inícios de Dezembro, este vinho doce é para mim um dos melhores, senão mesmo o melhor, Late Harvest Português.
Obtido de uvas parcialmente atacadas por “podridão nobre”, também conhecida por botrytis, este colheita tardia foi submetido a um estágio de 18 meses em barricas usadas de carvalho francês para não o marcar em demasia.
Muito carregado na cor, revela um aroma onde estão bem presentes as uvas passas, os frutos secos e notas meladas.
Na boca mostra-se cheio, volumoso e com um carácter muito firme.
Este vinho, onde o perfil Sauternes está bem presente, deve ser servido bem frio, a solo ou na companhia de um belo fois-gras.
Teor Álcool: 11,5%
P.V.P.: +/- € 14,00
ANETO TINTO 2006
De cor vermelha e intensa, este tinto elaborado a partir das castas Touriga Nacional (30%), Touriga Franca (30%), Tinta Roriz (30%) e Tinto Cão (10%), mostra-se bastante elegante nos aromas, com os frutos negros, o cacau e um ligeiro vegetal, bem casados com a baunilha da madeira.
Na boca apresenta um bom volume, com uma óptima acidez e uma agradável frescura.
Com taninos finos e já domesticados este vinho possui um final longo e complexo.
Teor Álcool: 14%
P.V.P.: +/- € 11,00
ANETO TINTO 2007
À semelhança da edição anterior, também este Aneto Tinto resulta de um lote de várias castas, sendo elas Touriga Nacional (30%), Touriga Franca (30%), Tinta Roriz (30%) e Tinto Cão (10%).
No nariz demonstra uma boa complexidade, com um ataque inicial bastante vegetal, logo seguido de frutos maduros, especiarias e um fundo baunilhado resultante do seu estágio na madeira.
Na boca mostra-se volumoso, com uma acidez equilibrada, mas com os seus taninos ainda algo pontiagudos, como que a dizer que ainda se encontra em fase de crescimento e a aconselhar uns meses de estágio em cave.
Teor Álcool: 14%
P.V.P.: +/- € 11,00
ANETO RESERVA TINTO 2007
De cor muito
carregada, diria mesmo totalmente opaca, este tinto mostra-se ainda muito reservado nos
aromas, embora permita, desde logo, antever uma capacidade de crescimento a
grande nível.
Na boca apresenta um
bom volume, pleno de frescura e com uma acidez muito bem afinada.
Contudo, as barricas
novas onde estagiou estão ainda muito presentes e os seus poderosos taninos
revelam-se ainda um pouco agrestes.
Algum tempo de estágio
em cave, vai fazer certamente com que este reserva ser torne num vinho
memorável.
Tal como acontece com o John Riddoch Cabernet Sauvignon, a Wynns só produz o Michael Shiraz em anos de safras absolutamente excepcionais, utilizando para o efeito apenas as uvas das melhores vinhas existentes em Coonowarra.
Fermentado e amadurecido em barricas usadas de carvalho francês e em barricas novas e outras com mais de um ano de carvalho americano, este vinho é já uma lenda da indústria vitícola australiana, tendo há muito atingido uma elevada reputação internacional.
Este extreme da casta Shiraz é considerado um best-of-vintage da Wynns Coonawarra, pelo facto de se tratar de um vinho elaborado apenas em anos de excepção. Este conceito best-of-vintage surgiu pela primeira vez na década de 50, tendo, contudo, ficado esquecido durante vários e longos anos, pelo que só viria a ser reavivado com a soberba colheita de 1990.
Tive o privilégio de o degustar num recente jantar enogastronómico com simpáticos amantes do vinho, no qual este Michael Shiraz 1998 não teve qualquer dificuldade em superar os seus companheiros vínicos, impondo-se de forma majestosa como o grande senhor da noite.
De um vermelho escuro com vivos reflexos rubi, este vinho seduzia de imediato tal a postura intensa e opulenta que exibia dentro do copo.
O seu nariz revelou-se de uma exuberância estonteante face à panóplia de aromas que exalava de forma simultaneamente viril e delicada.
As frutas negras, generosas e maduras, algo compotadas até, apareciam de forma espontânea, como que confortavelmente deitadas numa cama de especiarias e notas balsâmicas.
Das típicas cerejas e ameixas pretas às amoras e morangos muito maduros, da bem presente pimenta preta até um certo toque de vegetal ao fundo, passando inevitavelmente pelas suas notas de menta, chocolate e cacau, tudo era possível retirar deste blend de nobres essências.
A sua diversidade aromática era de tal maneira colossal que quase nos podíamos dar ao luxo de seleccionar os aromas de que mais gostávamos.
Na boca manifestou-se profundo e elegante, suportado por um complexo de taninos redondos e seguros e por uma frescura e acidez absolutamente notáveis. A madeira está correctamente integrada, fazendo deste vinho um excelente exemplo de uma proporcional relação fruta/barrica
Não obstante os seus 11 anos de vida, demonstra possuir ainda uma vida longa pela frente, comprovando assim a sua proclamada longevidade.
Indiscutivelmente um Grande Tinto Australiano e, sem dúvida, o melhor Shiraz (Syrah) que alguma vez provei.